O Ciclo da Vida
Toneladas de CO2 circulam na Terra. Eliminado na expiração dos seres vivos, o carbono é em seguida degradado e absorvido pelas plantas, que então produzem oxigênio.
O carbono liberado pelos troncos em chamas vai para a atmosfera
Toda a vez que expiramos, damos a partida no automóvel, acendemos uma lâmpada – ou fazemos qualquer outra coisa – lançamos dióxido de carbono na atmosfera. O carvão, o petróleo e o gás natural que movimentam a economia carbono incorporado a plantas há centenas de milhões de anos – e esse carbono agora está voltando à atmosfera através das chaminés, dos canos de escapamento e das queimadas. O CO2 é o principal, dentre os diversos gases gerados por atividade humana, que aumenta a capacidade da atmosfera em reter calor. O metano emitido por rebanhos de gado e aterros sanitários, assim como os clorofluorcarbonetos (CFC) usados em alguns modelos de geladeira e aparelho de ar condicionado, são outros desses gases. O derretimento de geleiras, o início antecipado da primavera e a elevação constante na temperatura média são apenas os sinais mais óbvios do aquecimento global a cada dia mais nítido no século 21.
Por ano, a humanidade despeja na atmosfera cerca de 9 bilhões de toneladas de carbono (são mais de 30 bilhões de toneladas de CO2). Desse total, 88% vêm da queima de combustíveis fósseis e da fabricação de cimento. O resto é desflorestamento. No entanto, menos da metade dessa emissão bruta permanece na atmosfera e contribui para o aquecimento do planeta. Para onde vai o resto? “Quando se pensa nisso, é um mistério e tanto”, revela o cientista Steven Wofsy. A sua estação de pesquisa na floresta Harvard, no estado de Massachusetts, não é o único local em que a natureza está respirando fundo e, com isso, ajudando a nos salvar de nós mesmos. Pois são as florestas, os campos e os oceanos que funcionam como sorvedouros de carbono. Eles reabsorvem metade do CO2 que emitimos, freando o seu acúmulo na atmosfera e adiando os efeitos no clima.
O problema é que os cientistas não sabem com certeza se esse processo benéfico vai continuar ou se, com o aumento das temperaturas globais, ele não poderia até mesmo virar algo prejudicial - com as florestas e outros ecossistemas se convertendo em fontes de emissão de carbono, lançando na atmosfera mais do que conseguem absorver. Tais dúvidas levaram os pesquisadores às florestas e aos campos, às tundras e aos oceanos, com o objetivo de monitorar e entender o carbono desaparecido.